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Adi Shankaracharya. Ano 1983. Diretor: GV Iyer
Baseado na vida
de um dos maiores pensadores indianos, Adi Shankarcharya é uma conquista
impressionante nos anais do cinema mundial. É também o primeiro filme
já feito na língua sânscrita clássica.
Por volta do século VIII,
o hinduísmo estava em uma situação de acelerada decadência, devido a
profusão de outras crenças e doutrinas como o Budismo. É neste cenário
que Shankaracharya nasceu (788-820 dC). Seu pai era praticante do
Brahmanismo. Após a morte de seu pai, o jovem Shankaracharya foi levado a
refletir sobre conceitos tais como a vida e a morte, o corpo e a alma
por meio de textos filosóficos. Na busca da ampliação de seus
conhecimentos, ele renunciou ao mundo e partiu em uma jornada tendo a
morte e a sabedoria como companheiros. No caminho, ele escreveu vários
comentários que mudaram a forma como a humanidade considera a religião,
integrando as noções de um ser interior e um ser superior, dando origem
ao conceito da não-dualidade.
Shankaracharya consolidou a
doutrina do Advaita Vedanta, um sub-escola de Vedanta. Seus ensinamentos
são baseados na unidade da alma e de Brahman, Brahman o qual é visto
como sem atributos. Ele veio de Kalady da atual Kerala. Shankara viajou
por toda a Índia e outras partes da Ásia do Sul para propagar a sua
filosofia através de discursos e debates com outros pensadores. Ele
fundou quatro mathas ("mosteiros"), que o ajudaram no desenvolvimento e
propagação do Advaita Vedanta. Acredita-se que Adi Shankara seja o
organizador da ordem monástica Dashanami e fundador da tradição
Shanmata. Suas obras, em sânscrito, que ainda existem hoje, se preocupam
com o estabelecimento da doutrina de Advaita (não-dualismo). Shankara
confiou inteiramente nos Upanishads como referências sobre Brahman e
escreveu comentários sobre a copiosa Canon védica (Brahma Sutra,
principais Upanishads e o Bhagavad Gita) como apoio da sua tese. O
principal adversário de seu trabalho é a escola de pensamento Mimamsa,
embora ele também oferece alguns argumentos contra os pontos de vista de
algumas outras escolas como o Samkhya e algumas escolas de budismo.
Hoje existem vários centros em todo o mundo dedicados à propagação dos
ensinamentos de Shankaracharya.
Acompanhado por uma trilha sonora
baseada nos Vedas indianos, o filme acaba sendo tanto uma experiência
cinematográfica como uma profunda jornada mental. Adi Shankaracharya
recebeu merecidamente o prêmio nacional da Índia como Melhor
Longa-Metragem, Melhor Cinematografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor
Roteiro.
Roteirista: Benanjaya Godvincharya. Elenco: Sarvadaman
D. Banerjee, M.V. Narayana Rao, Manjunath Bhatt, Leela Narayana Rao,
L.V. Sharada Rao, Bharat Bhushan, T.S. Nagabharana, Srinivasa Prabhu,
Gopal.
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